Jainismo: os
libertadores pacíficos
Origens
e história
A religião tal como é praticada hoje
nasceu de fato no sec. VI a.C. na Índia, onde se concentra a maioria de seus
seguidores, que vivem uma vida centrada em não fazer mal aos Outros.
O jainismo começou com a missão de Vardhamana Mahavira
(grande herói), o mais recente de 24 líderes espirituais chamados de jinas. Que são mestres humanos os que
atingiram o mais elevado conhecimento e visão interior e compartilharam com
seus seguidores o caminho para a Moksha (superar o ciclo da morte e renascimento e atingir um estado
transcendente - Salvação). Os jinas
também são conhecidos como tirthankaras “os fazedores
de vaus”, ou seja, os que conduzem as almas, através do renascimento, ou sansara, para a liberdade espiritual.
Mahavira nasceu na
classe guerreira (xátria) próximo ao rio Ganges, na Índia. Aos 30 anos
tornou-se asceta (pessoa que busca
se afastar dos prazeres, dedicando-se a orações, privações e flagelações.)
errante e 12 anos depois alcançou a iluminação. Teve 12 discípulos que fizeram
de seus ensinamentos a base das escrituras sagradas.
2.1.
Não violência
O jainismo é uma religião rigorosa, que
exige total não violência e propõe o completo desprendimento do asceta em sua
forma mais exaltada.
O principio que distingue a ética
jainista de todas as outras é o da ahimsa, a não violência. Ele é muito mais
praticado que em outras fés porque tem um profundo respeito tanto pelas formas
superiores quanto pelas inferiores de vida, e considera até substancias como
terra, ar e metal seres vivos que podem ser feridos pela atividade humana. A não violência está impregnada profundamente
nos jainistas, portanto, todos carregam uma vassourinha para varrer os insetos
de seu caminho; filtram a água para evitar beber pequeninos organismos; não
usam lamparinas para que mariposas não morram em suas chamas; utilizam mascaras
cirúrgicas para evitar engolir insetos; etc.
Pesquise
nos meios eletrônicos os dois tipos de Jainismo e como se deu a divisão desses
grupos:
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2.
O Jainismo nos
tempos modernos
O jainismo influenciou o mundo moderno,
sobretudo através de sua doutrina da ahimsa, ou seja, não violência.
Você sabia!
No sec. XX, o mestre jainista Raychandbhai Mehta
ajudou Mahatma Gandhi a perceber a força da ética jainista da não violência. A
história da índia, com a resistência não violenta dos nacionalistas ao domínio
britânico, que levou por fim à independência, poderia ter sido diferente, e
mais sangrenta, sem a influência jainista sobre Gandhi.
Crenças essências
Os jainistas apoiam-se no ensinamento.
Assim, os jainistas não creem em um deus criador e supremo, e embora reconheçam
deuses que existem no universo, não os consideram objetos de culto nem
potencias capazes de ajudá-los.
Então, reconhece Cinco Seres Supremos que ajudam os crentes ao longo de seu caminho
espiritual e que eles reverenciam. Em sânscrito Panca Paramesthin, representam
tanto a prática como o objetivo do caminho religioso.
•Jinas ou tirthankaras:
ensinam o caminho da libertação.
•Siddhas: almas liberadas que
vivem no teto do universo em estado de pura felicidade.
•Acharya: líder de uma ordem de
monges jainistas.
•Upadhyaya: Mestre que instrue
monges sobre a escritura jainista.
•São todos os outros
monges
O caminho
espiritual
Os jainista procuram seguir um caminho
espiritual das quatro essências ou jóias, chamados de Conhecimento reto, Fé reta, Conduta reta e
Penitência reta, ou seja, tornando-se monges e adotando uma vida de renuncia
quase total e ascetismo. Fazem cinco “Grandes Votos”: renunciar à violência,
falar a verdade, abster-se de sexo, não tomar o que é não é dado e desapegar-se
de pessoas, lugares e coisas.
Os símbolos
jainistas
Descubra os 09
símbolos jainistas, ilustre-os nos quadros abaixo e explique-os:
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Os Nove Fundamentos
do Jainismo chamado de Tattvas.
Escritura
sagrada.
Após a morte de Mahavira e logo sua
mensagem foi transmitida por tradição oral até que seus discípulos reuniram
seus sermões chamados "Doze Angas" ou Kalpa Sutra (preceitos), que se
tornaram as escrituras sagradas do jainismo. Eles foram fixados em
linguagem Prakrita, cerca de 300 a.C, duzentos anos após a morte de Mahavira.
Templo
e veneração da imagem
Os templos tem sempre um santuário
interno, que abriga a imagem do tirthankara que o rege. O templo interno
equivale à assembleia da pregação do tirthankara e entrar nele põe o devoto em
contato imediato com os ensinamentos jainistas. O culto pode implicar a
entoação silenciosa de um mantra seguido de um simples contato visual com a
imagem ou formas mais elaboradas de ritual, em que a imagem é ungida com
açafrão e ornamentada com flores. Flores
são muitas vezes usadas nos rituais dos templos. Embora sejam seres vivos, não
é considerado pecado cortá-las com esse propósito. A veneração da imagem é
responsável pela transformação espiritual interior e traz à mente dos devotos
as qualidades dos tirthankaras, induzindo-os a imitá-los.
Aos pés do
senhor Bahubali. Devoto unge os pês da imensa imagem no sitio sagrado Digambara
de Shravana Belgola, na Índia. A tradição jainista registra que a primeira
unção da imagem feita em 981 pelo general Camundraya, que a construiu.
Entre os deveres de
um jainista consta o culto das imagens e a construção de templos, que ajudam a
satisfazer a necessidade do individuo em atingir a atitude mental adequada para
a orientação espiritual. O culto das imagens no jainismo não requer
necessariamente assistência de um sacerdote, e muitos chefes de família mantêm
santuários domésticos para uso privado normalmente feitos de madeira e
modelados na forma de templos de pedra.
Referencia
BOWKER,
John Westerdale. O livro de ouro das
religiões. Trad. Laura Alves e Aurélio Rabello. Rio de Janeiro: Ediouro,
2004, p.518.
______.
Para entender as religiões. Edição
brasileira. Editora Ática, 2000, p.200.
COOGAN,
Michael D. Religiões: história,
tradições e fundamentos das principais crenças religiosas. Trad. Graça Salles.
São Paulo: Publifolha, 2007, p.288.
GAARDER, Jonstein; NOTAKER, Henry;
HELLERN, Victor. O livro das Religiões. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000. Pg. 40-51.
WILKINSON, Philip. Guia ilustrado Zahar: religiões. Trad.
Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2011, p.352.